Linha Temática: PIBID-Desafios e
Perspectivas.
Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação a Docência: Indisciplina em sala de aula
Elisangela Alves de Almeida 1
Bolsista de Iniciação a Docência do Subprojeto-Pedagogia
Débly Gusmão dos Santos Pereira 2
Bolsista de Iniciação a Docência do Subprojeto-
Pedagogia
Profa.
Dra.Ennia Débora Passos Braga Pires3
Coordenador do Subprojeto- Pedagogia
Introdução
Este trabalho visa uma compreensão em relação à indisciplina
dos alunos em sala de aula. Levanta alguns pressupostos da indisciplina escolar.
Abordando questões como relacionamento e respeito mútuo, enfatizando o diálogo
e a afetividade como métodos de alternativa de soluções diante desta
problemática que a escola vem sofrendo ultimamente, buscando elucidar como as
práticas educativas podem ajudar positivamente a reestruturar os laços
escolares e sociais que se encontram afetados em nossa sociedade,
principalmente entre, educadores e educandos.
Como forma de intervenção percebe-se que o diálogo com o aluno
indisciplinar pode ser a principal ferramenta para a solução de conflitos em
sala de aula, pois desperta no individuo a capacidade de ouvir e também de se
posicionar, de forma respeitosa, perante um conflito. Busca uma analise sobre
as causas da indisciplina na escola e as formas de como os profissionais em
educação vem enfrentamento esta situação, que em alguns casos leva o docente a
abandonar sua profissão por falta de formação e capacitação sobre o problema,
assim como as formas de intervenção, que podem ocorrer de maneira eficiente.
Diante do exposto, esta
pesquisa teve como mola propulsora a observação das situações vivenciadas nas
turmas do Ensino Fundamental na escola Ediraní Pacífico Góes durante o ano de
2014, na condição de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
à Docência (PIBID) no município de Itapetinga – Bahia.
O PIBID não busca
apenas melhorar a formação docente, mas também contribuir para o ensino
aprendizagem dos alunos das escolas contempladas com o projeto que envolve
trocas de experiências, proposição de soluções, estratégias de aprender,
ensinar e desenvolvimento de habilidades.
Nossos encontros do PIBID promoveram diálogos, que
oportunizaram a apreensão dos saberes da profissão nas diferentes ações das
práticas e das aprendizagens da docência, favorecendo a coerência entre a
formação dos professores e as finalidades da política da educação básica. Em um
desses encontros e discussões semanais, foram unânimes os relatos em relação à
indisciplina dos alunos em sala de aula, o que nos estimulou a fazer uma
pesquisa relacionada a essa temática.
Metodologia
Esta pesquisa é de cunho
qualitativo e tem por objetivo realizar uma discussão sobre á indisciplina em sala de
aula.
Quanto ao procedimento de coleta de dados, este texto se caracteriza por uma pesquisa campo com observação direta , por ser baseadas nas observações e no decorrer das atividades realizadas em sala de aula. Nesse contexto, foram citados autores como Aquino (1996), Irineu (1996), Guimarães (2014), Oliveira (2005), Rabelo (2001), Vasconcellos (2001) e Veiga (2002).
Quanto ao procedimento de coleta de dados, este texto se caracteriza por uma pesquisa campo com observação direta , por ser baseadas nas observações e no decorrer das atividades realizadas em sala de aula. Nesse contexto, foram citados autores como Aquino (1996), Irineu (1996), Guimarães (2014), Oliveira (2005), Rabelo (2001), Vasconcellos (2001) e Veiga (2002).
O trabalho foi fundamentando nas ações desenvolvidas do PIBID na escola Ediraní Pacífico Góes objetivando analisar a indisciplina na sala de aula. Diante as ações do PIBID no âmbito educacional na referida escola foi possível perceber que a indisciplina é uma das grandes dificuldades pelas quais os professores vêm enfrentando para efetivação do processo de ensino e aprendizagem em nossa atualidade. O PIBID não tem por objetivo primordial apenas a formação do professor busca também auxiliar os futuros docentes na superação da dicotomia entre a teoria e prática, proporcionando-os uma inserção no ambiente escolar permitindo o conhecimento de sua realidade, dos problemas e desafios enfrentados pela equipe da escola além de contribuir positivamente para o ensino aprendizagem nas escolas onde desenvolve suas ações.
Em síntese, no desenvolvimento do projeto de intervenção do
PIBID no âmbito escolar, observamos que os alunos nas atividades se mostraram
participativos, pois descobriram a importância do trabalho em equipe e que em
diversas situações da nossa vida precisamos do outro, mas a questão da indisciplina
nos chamou a atenção, pois ao
desenvolver o projeto na escola notamos que as turmas são consideradas indisciplinadas.
Diante desse contexto fica a compreensão que a função do
docente bem como sua atuação deve ser coesiva com o ritmo de seus
discentes. Não consiste apenas a aplicação de conteúdos,
mas sim procurar estabelecer um ambiente em que haja harmonia entre ambos podendo ajudá-los. O professor precisa refletir sobre sua prática,
rever os motivos pelos quais não conseguem captar a atenção de seu alunado é
necessário buscar através da didática caminhos que possam aperfeiçoar às
relações inter-pessoais em sala de aula de forma consensual.
Contudo, o trabalho busca contribuir com a formação docente
onde o mesmo promove uma reflexão sobre a questão da indisciplina na sala de
aula servindo de informação principalmente para os docentes, para que possam
perceber que podemos sim amenizar a indisciplina em sala.
Resultados e Discussão
Alguns estudos demonstram que o tema indisciplina na sala de aula, apresenta-se como grande
obstáculo que as unidades de ensino vêm enfrentando no momento atual,
provocando grande angústia nos docentes que não sabem mais como aperfeiçoar o comportamento de seu alunado.
Contudo, para amenizar o problema, torna-se necessário compreender o que está
acontecendo com os alunos que agem com indisciplina hoje na escola.
As condutas anti-sociais
estão comprometendo o rendimento dos alunos na sala de aula e o que é mais importante, está
afetando também a sua formação pessoal e de cidadão. Ao analisar os índices e
as possíveis causas das situações de indisciplina que decorrem no interior da
escola, percebemos que esta indisciplina
é resultante de vários fatores e influências que recaem sobre o aluno, ao longo
de seu desenvolvimento na família e no meio social. Assim, a indisciplina dos
educandos não pode ser vista alheiamente à escola e a família, que são
instituições responsáveis pela educação e sua formação.
O
contexto social do aluno precisa ser conhecido pelo professor, não só para
julgamento de suas dificuldades ou comportamentos indesejáveis, mas também como
forma para se trabalhar conteúdos que sirvam de experiências para estes,
auxiliando na construção de seu próprio conhecimento e desenvolvimento humano.
De acordo com Aquino (1996) para melhorar a indisciplina, é indispensável
rever os vínculos da relação professor e aluno, sobretudo a forma que um se
posiciona diante o outro, relações de respeito, afeto, compromisso social.
As instituições educacionais,
representadas pelo seu corpo docente, precisam estar preparadas para proporcionar
uma educação de qualidade que permita aos seus educandos o desenvolvimento de
competências e habilidades essenciais na sua formação para exercício da
cidadania. Demanda também da escola, uma prática educacional justa que perceba
os alunos conforme seus limites e ritmos respeitando as diferenças individuais
de cada um.
Nesse
sentido, Rabelo (2001), adverte que precisamos fazer com que nossa prática
educacional esteja conscientemente preocupada com a promoção da transformação
social e não com a sua manutenção inconsciente e não refletida. Para isso,
precisamos ter clareza sobre nossas ações e que estas reflitam decisões cada
vez mais explícitas sobre o nosso fazer pedagógico. Nossos educadores precisam
refletir sobre sua prática, tendo consciência que precisamos possibilitar a
formação do individuo.
A indisciplina dos discentes atrapalha o desenvolvimento das
aulas do professor e consequentemente da escola como um todo. O problema
disciplinar é comumente a repercussão dos conflitos do meio social no qual o
individuo está inserido. As pessoas que
convivem com o aluno, geralmente a família, influenciam bastante no seu
comportamento, pois se espelham nela, tal influência reflete-se em muito dos atos
praticados por eles.
Neste sentido, Oliveira (2005),
defende que os motivos da indisciplina podem ser intrínsecos e/ ou extrínsecos
a sala de aula uma vez que a indisciplina representa um transtorno não só para
os professores, coordenadores pedagógicos, supervisores, diretores, mas, também
para os responsáveis desses alunos.
Na visão de alguns
professores a indisciplina é compreendida como o não cumprimento de regras,
limites e normas instituídas para um bom convívio na escola. Alguns professores desmitificam que alguns
comportamentos inadequados dos alunos são características próprias, chegando até
a rotular ou até mesmo ter antipatia com a criança. Evidentemente é preciso
cuidado para a prática de rotular as pessoas, na maioria das vezes propagadas
por professores no âmbito escolar. Cabe ao professor à postura e posicionamento
que consistem em:
[...] em vez de julgar e criticar procura
clarificar os pensamentos que aluno exprime. A sua principal preocupação não é
a de que as suas ideias e valores sejam seguidos pelos alunos, mas antes a de
ajudá-los a descobrir uma forma de sentir, pensar e agir que, efetivamente,
seja significativa para eles. (VEIGA, 2002, p. 42).
O
professor precisa buscar conhecer o contexto social de seu aluno até mesmo para compreender suas dificuldades ou
comportamentos indesejáveis, buscando assim abordar conteúdos que sejam
vivenciados pelos mesmos fazendo-os notarem que suas experiências poderão auxiliá-los na construção de seu próprio
conhecimento.
Podemos
concluir diante do exposto que todos os envolvidos com a educação precisam rever
seus conceitos educacionais, os professores necessitam buscar métodos para controlar
a indisciplina dos alunos em sala de aula, pois a indisciplina é uma questão
que requer uma analise para compreendermos se de fato o aluno que apresenta um
comportamento inadequado em aula não vem a ser diretamente uma indisciplina,
pois poderá realmente está expressando os seus sentimentos.
Para o
docente manter a ordem e a disciplina na escola é de suma importância, não
apenas para organizar o ambiente escolar, mas também, conduzi nossas crianças
para a construção do conhecimento, da liberdade e principalmente da autonomia
de maneira a formamos cidadãos críticos, reflexivos e preocupados com o futuro
de nosso país.
Considerações
A
partir da analise a cerca da indisciplina em sala de aula, entendemos que é
necessário além de refletirmos, aprofundar nossos conhecimentos das causas da
indisciplina e violência, e, sobretudo procurar saber as origens dos problemas
daqueles que são denominados de indisciplinados. Pois o papel social da escola
é o de proporcionar às pessoas a conscientização da sua posição social de
sujeitos transformadores em busca de uma sociedade justa e democrática e
igualitária.
Neste
contexto, entende-se que seja fundamental refletir sobre a importância do
problema da indisciplina, como também buscar caminhos para compreendê-lo e
amenizá-lo em nossas unidades de ensino. De acordo com a temática da pesquisa e
a experiência vivenciada poderemos desenvolver um projeto de intervenção, que
busque na didática, elementos que minimize a indisciplina no cotidiano escolar.
Afinal, compreendemos que a disciplina na escola, não
é apenas um conjunto de regras e normas para organizar o ambiente escolar, mas
tem um objetivo educacional a ser atingido, que além da prática pedagógica
melhora os níveis de aprendizagem do aluno.
Referências
AQUINO,
J. G. (1996). Confrontos na sala de
aula: uma leitura institucional da relação professor-aluno. São Paulo:
Summus
IRINEU, Márcia Helena. A
indisciplina no contexto escolar. Artigo.com. Minas Gerais, agosto de 2009.
Disponível em: <http://www.artigonal.com/educacao-artigos/a-indisciplina-no-contexto-escolar-1100296.html>
Acesso em: 12/11/14; KRASILCHIK,
Miriam. Prática de Ensino de Biologia. 3ª ed. São Paulo: Harbra, 1996
GUIMARÃES,
Áurea M. Escola espaço de violência e
indisciplina. Disponível em:
<http://www.lite.fae.unicamp.br/revista/art02.htm>.
Acesso em: 10 Out. 2014.
OLIVEIRA,
Maria Izete. A indisciplina escolar: determinações, consequências e
ações. Brasília: Líber Livro, 2005.
RABELO,
Edmar Henrique, Avaliação: novos tempos, novas práticas. 5. Ed. Petrópolis:
Editora Vozes, 2001
VASCONCELLOS,
Maria Lúcia M. Carvalho (Org.). Indisciplina, escola e contemporaneidade. São
Paulo, Mackenzie, 2001.
VEIGA, Feliciano Henriques. Indisciplina e Violência na Escola: Práticas Comunicacionais para
Professores e Pais. Coimbra: Almedina, 2002.
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