quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência: Indisciplina em sala de aula

Linha Temática: PIBID-Desafios e Perspectivas.


Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência: Indisciplina em sala de aula

Elisangela Alves de Almeida 1
Bolsista de Iniciação a Docência do Subprojeto-Pedagogia
Débly Gusmão dos Santos Pereira 2
Bolsista de Iniciação a Docência do Subprojeto- Pedagogia
 Profa. Dra.Ennia Débora Passos Braga Pires3
Coordenador do Subprojeto- Pedagogia


Introdução

Este trabalho visa uma compreensão em relação à indisciplina dos alunos em sala de aula. Levanta alguns pressupostos da indisciplina escolar. Abordando questões como relacionamento e respeito mútuo, enfatizando o diálogo e a afetividade como métodos de alternativa de soluções diante desta problemática que a escola vem sofrendo ultimamente, buscando elucidar como as práticas educativas podem ajudar positivamente a reestruturar os laços escolares e sociais que se encontram afetados em nossa sociedade, principalmente entre, educadores e educandos.  Como forma de intervenção percebe-se que o diálogo com o aluno indisciplinar pode ser a principal ferramenta para a solução de conflitos em sala de aula, pois desperta no individuo a capacidade de ouvir e também de se posicionar, de forma respeitosa, perante um conflito. Busca uma analise sobre as causas da indisciplina na escola e as formas de como os profissionais em educação vem enfrentamento esta situação, que em alguns casos leva o docente a abandonar sua profissão por falta de formação e capacitação sobre o problema, assim como as formas de intervenção, que podem ocorrer de maneira eficiente.
Diante do exposto, esta pesquisa teve como mola propulsora a observação das situações vivenciadas nas turmas do Ensino Fundamental na escola Ediraní Pacífico Góes durante o ano de 2014, na condição de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) no município de Itapetinga – Bahia.
O PIBID não busca apenas melhorar a formação docente, mas também contribuir para o ensino aprendizagem dos alunos das escolas contempladas com o projeto que envolve trocas de experiências, proposição de soluções, estratégias de aprender, ensinar e desenvolvimento de habilidades.
Nossos encontros do PIBID promoveram diálogos, que oportunizaram a apreensão dos saberes da profissão nas diferentes ações das práticas e das aprendizagens da docência, favorecendo a coerência entre a formação dos professores e as finalidades da política da educação básica. Em um desses encontros e discussões semanais, foram unânimes os relatos em relação à indisciplina dos alunos em sala de aula, o que nos estimulou a fazer uma pesquisa relacionada a essa temática.

Metodologia

Esta pesquisa é de cunho qualitativo e tem por objetivo realizar uma discussão sobre á indisciplina em sala de aula.                                                                          
Quanto ao procedimento de coleta de dados, este texto se caracteriza por uma pesquisa campo  com observação direta , por ser baseadas nas observações e no decorrer das atividades realizadas em sala de aula.
Nesse contexto, foram citados autores como Aquino (1996), Irineu (1996), Guimarães (2014), Oliveira (2005), Rabelo (2001), Vasconcellos (2001) e Veiga (2002).

           O trabalho foi fundamentando nas ações desenvolvidas do PIBID na escola Ediraní Pacífico Góes objetivando analisar a indisciplina na sala de aula. Diante as ações do PIBID no âmbito  educacional na referida escola foi possível perceber que a indisciplina é uma das grandes dificuldades pelas quais os professores vêm enfrentando para efetivação do processo de ensino e aprendizagem em nossa atualidade.   O PIBID não tem por objetivo primordial apenas  a formação do professor busca também auxiliar os futuros docentes na superação da dicotomia entre a teoria e prática, proporcionando-os uma inserção no ambiente escolar permitindo o conhecimento de sua realidade, dos problemas e desafios enfrentados pela equipe da escola além de contribuir positivamente para o ensino aprendizagem nas escolas onde desenvolve suas ações.
Em síntese, no desenvolvimento do projeto de intervenção do PIBID no âmbito escolar, observamos que os alunos nas atividades se mostraram participativos, pois descobriram a importância do trabalho em equipe e que em diversas situações da nossa vida precisamos do outro, mas a questão da indisciplina nos chamou a atenção, pois  ao desenvolver o projeto na escola notamos que as turmas são consideradas indisciplinadas.
Diante desse contexto fica a compreensão que a função do docente bem como sua atuação deve ser coesiva com o ritmo de seus discentes. Não consiste apenas a aplicação de conteúdos, mas sim procurar estabelecer um ambiente em que haja harmonia entre ambos  podendo ajudá-los.  O professor precisa refletir sobre sua prática, rever os motivos pelos quais não conseguem captar a atenção de seu alunado é necessário buscar através da didática caminhos que possam aperfeiçoar às relações inter-pessoais em sala de aula de forma consensual.  
 Contudo, o trabalho busca contribuir com a formação docente onde o mesmo promove uma reflexão sobre a questão da indisciplina na sala de aula servindo de informação principalmente para os docentes, para que possam perceber que podemos sim amenizar a indisciplina em sala.
Resultados e Discussão

Alguns estudos demonstram que o tema indisciplina na sala de aula, apresenta-se como grande obstáculo que as unidades de ensino vêm enfrentando no momento atual, provocando grande angústia nos docentes que não sabem mais como aperfeiçoar o comportamento de seu alunado. Contudo, para amenizar o problema, torna-se necessário compreender o que está acontecendo com os alunos que agem com indisciplina hoje na escola.
 As condutas anti-sociais estão comprometendo o rendimento dos alunos na sala de aula  e o que é mais importante, está afetando também a sua formação pessoal e de cidadão. Ao analisar os índices e as possíveis causas das situações de indisciplina que  decorrem  no interior da escola, percebemos que esta  indisciplina é resultante de vários fatores e influências que recaem sobre o aluno, ao longo de seu desenvolvimento na família e no meio social. Assim, a indisciplina dos educandos não pode ser vista alheiamente à escola e a família, que são instituições responsáveis pela educação e sua formação.
O contexto social do aluno precisa ser conhecido pelo professor, não só para julgamento de suas dificuldades ou comportamentos indesejáveis, mas também como forma para se trabalhar conteúdos que sirvam de experiências para estes, auxiliando na construção de seu próprio conhecimento e desenvolvimento humano.
De acordo com Aquino (1996) para melhorar a indisciplina, é indispensável rever os vínculos da relação professor e aluno, sobretudo a forma que um se posiciona diante o outro, relações de respeito, afeto, compromisso social.
 As instituições educacionais, representadas pelo seu corpo docente, precisam estar preparadas para proporcionar uma educação de qualidade que permita aos seus educandos o desenvolvimento de competências e habilidades essenciais na sua formação para exercício da cidadania. Demanda também da escola, uma prática educacional justa que perceba os alunos conforme seus limites e ritmos respeitando as diferenças individuais de cada um.
Nesse sentido, Rabelo (2001), adverte que precisamos fazer com que nossa prática educacional esteja conscientemente preocupada com a promoção da transformação social e não com a sua manutenção inconsciente e não refletida. Para isso, precisamos ter clareza sobre nossas ações e que estas reflitam decisões cada vez mais explícitas sobre o nosso fazer pedagógico. Nossos educadores precisam refletir sobre sua prática, tendo consciência que precisamos possibilitar a formação do individuo.
 A indisciplina dos discentes atrapalha o desenvolvimento das aulas do professor e consequentemente da escola como um todo. O problema disciplinar é comumente a repercussão dos conflitos do meio social no qual o individuo está inserido.  As pessoas que convivem com o aluno, geralmente a família, influenciam bastante no seu comportamento, pois se espelham nela, tal  influência reflete-se em muito dos atos praticados por eles.
Neste sentido, Oliveira (2005), defende que os motivos da indisciplina podem ser intrínsecos e/ ou extrínsecos a sala de aula uma vez que a indisciplina representa um transtorno não só para os professores, coordenadores pedagógicos, supervisores, diretores, mas, também para os responsáveis desses alunos.
Na visão de alguns professores a indisciplina é compreendida como o não cumprimento de regras, limites e normas instituídas para um bom convívio na escola.  Alguns professores desmitificam que alguns comportamentos inadequados dos alunos são características próprias, chegando até a rotular ou até mesmo ter antipatia com a criança. Evidentemente é preciso cuidado para a prática de rotular as pessoas, na maioria das vezes propagadas por professores no âmbito escolar. Cabe ao professor à postura e posicionamento que consistem em:

 [...] em vez de julgar e criticar procura clarificar os pensamentos que aluno exprime. A sua principal preocupação não é a de que as suas ideias e valores sejam seguidos pelos alunos, mas antes a de ajudá-los a descobrir uma forma de sentir, pensar e agir que, efetivamente, seja significativa para eles. (VEIGA, 2002, p. 42).

O professor precisa buscar conhecer o contexto social de seu aluno até mesmo para  compreender suas dificuldades ou comportamentos indesejáveis, buscando assim abordar conteúdos que sejam vivenciados pelos mesmos fazendo-os notarem que suas experiências  poderão auxiliá-los  na construção de seu próprio conhecimento.
Podemos concluir diante do exposto que todos os envolvidos com a educação precisam rever seus conceitos educacionais, os professores necessitam buscar métodos para controlar a indisciplina dos alunos em sala de aula, pois a indisciplina é uma questão que requer uma analise para compreendermos se de fato o aluno que apresenta um comportamento inadequado em aula não vem a ser diretamente uma indisciplina, pois poderá realmente está expressando os seus sentimentos.
Para o docente manter a ordem e a disciplina na escola é de suma importância, não apenas para organizar o ambiente escolar, mas também, conduzi nossas crianças para a construção do conhecimento, da liberdade e principalmente da autonomia de maneira a formamos cidadãos críticos, reflexivos e preocupados com o futuro de nosso país.

Considerações

A partir da analise a cerca da indisciplina em sala de aula, entendemos que é necessário além de refletirmos, aprofundar nossos conhecimentos das causas da indisciplina e violência, e, sobretudo procurar saber as origens dos problemas daqueles que são denominados de indisciplinados. Pois o papel social da escola é o de proporcionar às pessoas a conscientização da sua posição social de sujeitos transformadores em busca de uma sociedade justa e democrática e igualitária.
Neste contexto, entende-se que seja fundamental refletir sobre a importância do problema da indisciplina, como também buscar caminhos para compreendê-lo e amenizá-lo em nossas unidades de ensino. De acordo com a temática da pesquisa e a experiência vivenciada poderemos desenvolver um projeto de intervenção, que busque na didática, elementos que minimize a indisciplina no cotidiano escolar.
Afinal, compreendemos que a disciplina na escola, não é apenas um conjunto de regras e normas para organizar o ambiente escolar, mas tem um objetivo educacional a ser atingido, que além da prática pedagógica melhora os níveis de aprendizagem do aluno.



Referências


AQUINO, J. G. (1996). Confrontos na sala de aula: uma leitura institucional da relação professor-aluno. São Paulo: Summus

IRINEU, Márcia Helena. A indisciplina no contexto escolar. Artigo.com. Minas Gerais, agosto de 2009. Disponível em: <http://www.artigonal.com/educacao-artigos/a-indisciplina-no-contexto-escolar-1100296.html> Acesso em: 12/11/14; KRASILCHIK, Miriam. Prática de Ensino de Biologia. 3ª ed. São Paulo: Harbra, 1996

GUIMARÃES, Áurea M. Escola espaço de violência e indisciplina. Disponível em:
<http://www.lite.fae.unicamp.br/revista/art02.htm>. Acesso em: 10 Out. 2014.

OLIVEIRA, Maria Izete. A indisciplina escolar: determinações, consequências e ações. Brasília: Líber Livro, 2005.

RABELO, Edmar Henrique, Avaliação: novos tempos, novas práticas. 5. Ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2001

VASCONCELLOS, Maria Lúcia M. Carvalho (Org.). Indisciplina, escola e contemporaneidade. São Paulo, Mackenzie, 2001.

VEIGA, Feliciano Henriques. Indisciplina e Violência na Escola: Práticas Comunicacionais para Professores e Pais. Coimbra: Almedina, 2002.



Nenhum comentário:

Postar um comentário