Linha Temática:
Universidade e Escola
As principais contribuições
do PIBID na formação inicial dos bolsistas nas escolas parceiras
Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto de Pedagogia, Ensino
Fundamental Anos Inicias
Jarbasmatos10@gmail.com
Bolsista de Iniciação à Docência do– Subprojeto
de Pedagogia, Ensino Fundamental Anos Inicias
Jack-jr@live.com
Ennia Débora Passos Braga Pires[3]
Coordenadora do Subprojeto de Pedagogia,
Ensino Fundamental Anos Inicias
enniadebora@yahoo.com
Introdução
Falar
sobre formação inicial de professores é levantar a questão de que a prática é
essencial para que o aluno do curso de licenciatura se familiarize e vivencie o
cotidiano escolar. Ter a oportunidade de vivenciar o cotidiano escolar é de
suma importância para que o futuro educador tenha sua identidade formada no
decorrer do curso de graduação. Para Pimenta (1996) uma boa identidade
profissional se constrói a partir da significação da profissão, ou seja, o
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID tem um papel
de socializar as vivências escolares fazendo com que os bolsistas construam e
resignifíquem através das suas experiências vividas na sala de aula a sua
identidade de professor.
Através
de momentos vivenciados, na condição de bolsistas do PIBID, no Centro
Educacional Ismael Cruz Lima, escola da rede pública municipal que tem parceira
com a universidade local, temos a oportunidade de aprender que teoria e prática
não se desvinculam uma da outra, ao contrário, se completam, evidenciando a importância
de ambas no processo formativo.
Metodologia
Este trabalho teve por objetivo
realizar uma discussão sobre as contribuições do PIBID para a integração da
universidade e a escola, essa participação entre a universidade e a escola, salienta
diferencial que o Programa proporciona aos futuros educadores. Para realização
do trabalho utilizamo-nos da metodologia qualitativa, pois como afirmam Lüdke e
André (1986), esse tipo de pesquisa supõe o contato direto e prolongado do
pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada. O estudo
também pode ser considerado explicativo por ser uma tentativa de registrar e
explicar as contribuições advindas da parceria universidade e escola de
Educação básica proporcionadas pelo PIBID.
Segundo BEUREN(2009), as
investigações explicativas tende a ser mais complexa, pois, além de registrar,
analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados, procura identificar
seus fatores determinantes. A pesquisa explicativa tem por objetivo aprofundar
o conhecimento da realidade, procurando a razão, o porquê das coisas e por esse
motivo está mais sujeita a erros
Partindo desse pressuposto, este
texto vem buscar explicar a importância que o PIBID tem em relação ao
desenvolvimento do discente durante o curso de licenciatura.
O trabalho é fruto de uma breve
revisão bibliográfica como subsídios para reflexão sobre as vivências
oportunizadas pelo PIBID, no Centro Educacional Ismael Cruz Lima no decorrer do
ano letivo de 2014
Resultados e discussões
Acreditamos que
nossa participação no Programa nos possibilita uma formação que supera a
reprodução dos conteúdos, valorizando a construção, produção e a inovação do
ser docente. Por isso salientamos o papel enriquecedor da iniciação a docência o
mais cedo possível para que se tenham professores mais preparados para
enfrentar a realidade das salas de aula. Corroborando com a idéia Pimenta e
Libâneo (1999, p.267), enfatizam:
[...]
Atualmente em boa parte dos cursos de licenciatura, a aproximação do futuro
professor à realidade escolar acontece após ele ter passado pela formação
“teórica”, tanto na disciplina específica como nas disciplinas pedagógicas. O
caminho deve ser outro. Desde o ingresso dos alunos no curso é preciso integrar
os conteúdos das disciplinas em situações da prática que coloquem problemas aos
futuros professores e lhes possibilitem enfrentar soluções. Isso significa ter
a prática ao longo do curso, como referente direito para contrastar seus
estudos e formar seus próprios conhecimentos e convicções a respeito. Ou seja,
os alunos precisam conhecer o mais cedo possível os sujeitos e situações que
irão trabalhar. [...]
Diante do exposto, é
inegável a relevância do PIBID, é de grande importância para a vida acadêmica e
a prática docente dos licenciandos que fazem parte deste Programa, pois lhes oferece
a condição de vivenciarem a realidade escolar, desde os primeiros semestres do
curso. A iniciação na docência é uma fase de aprendizagens intensas,
novos conhecimentos proporcionando ao discente, vivências na prática dos
desafios de uma sala de aula e a possibilidade de criar novas práticas docentes
construindo uma identidade profissional.
Poder entender como a prática tem sido de relevante importância
para nós bolsistas, sem dúvida, só vem a acrescentar na nossa formação. Sem deixar
de citar o quanto a escola parceira tem se enriquecido com a nossa contribuição,
a partir do momento em temos o contato com o ambiente escolar e iniciamos a
pesquisa que nos permite fazer um breve levantamento sobre os pontos
importantes que nos permita fazer uma boa intervenção nas salas de aula, de
maneira que possamos levar a nossa contribuição para uma melhoria na formação dos
alunos.
É importante falar sobre as intervenções que realizamos semanalmente na
escola parceira, pois são estes encontros motivadores que servem como base para
a nossa reflexão e aquisição de novas aprendizagens. Os momentos que temos vivenciado
na escola têm sido únicos e de grande aprendizagem. Sob a orientação da nossa
supervisora é possível fazer planejamento coerente abordando os conteúdos de
forma inovadora como: brincadeiras, jogos, atividades recreativas, ludicidade,
artes, etc. Ter a oportunidade de usarmos a nossa criatividade na escola tem
sido uma experiência enriquecedora para nós futuros professores.
A criatividade é primordial na prática docente. Papert(1993), ao
discutir a questão da informática na educação, salienta que um professor que tenha os meios físicos para incentivar as crianças, mas sendo
ele um professor sem criatividade, de pouco lhe valem esses meios. Através dos
momentos na escola que nós colocamos em prática as nossas habilidades, de modo
que percebemos e salientamos a necessidade do professor estar sempre preparado
e disposto a levar o novo para as salas de aula.
Muitas
atividades estão sendo realizadas na escola com os mais variados temas, que são
previamente discutidos nas nossas reuniões semanais, contando sempre com a
presença da coordenadora do nosso subprojeto e também com as supervisoras que
participam do projeto PIBID na escola.
Cabe ainda ressaltar que o contato
com a realidade da escola é especialmente enriquecedor no processo formativo do
futuro docente, como assinala Borges (2004, p. 203):
O
contato com alunos, professores, com os demais agente escolares, enfim a vida
profissional, propriamente dita, proporciona muitas aprendizagens, entre elas a
aquisição de saberes sobre como agir em diversas situações, trabalhar
determinados conteúdos, explorar o livro didático, abordar um conteúdo, extrair
do programa os conteúdos relativos à aprendizagem dos alunos, etc.
O
futuro professor irá conseguir desempenhar sua função com muito mais sucesso,
se tiver o contato ainda na sua formação com a realidade aonde ele vai estar
inserido, não apenas através dos estágios e sim por meio de uma imersão mais
prolongada, como é possibilitado pelo PIBID, que viabilize esse contato mais
profundo e duradouro com a realidade escolar.
A permanência na escola nos possibilitou
perceber que alguns alunos têm dificuldades em leitura e escrita e, por esse
motivo, não conseguem ter um bom desempenho nas atividades desenvolvidas em
sala de aula. Seria importante criar formas em
que a alfabetização pudesse se desenvolver em um contexto de letramento, com o
desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas
sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes de caráter prático em
relação a esse aprendizado. Considerando que a alfabetização e o letramento,
devem ter tratamento metodológico diferente e, com isso, alcançar o sucesso no
ensino aprendizagem da língua escrita, falada e contextualizada nas nossas
escolas. Tentar levar alternativas através da leitura como: buscar notícias e lazer
nos jornais, selecionando o que desperta interesse, divertindo-se com as
histórias em quadrinhos, seguir receita de bolo, a lista de compras de casa,
fazer comunicação através do recado, do bilhete, do telegrama, etc. O papel do
educador é de criar maneiras que possam estimular cada vez mais o senso de
aprendizagem do aluno, criando melhorias na educação. Para Delcin(2005, p.63),
cabe a educação desenvolver
a capacidade de colocar e resolver problemas, de promover o desenvolvimento da
inteligência, de exercitar a curiosidade e explorar a dúvida, que possibilita
repensar o pensamento, desenvolver a argumentação, a discussão, a previsão, a
desenvoltura, a atenção constante e o senso de oportunidade.
Se
cada educador entender que seu papel vai além dos conteúdos pré-elaborados,
certamente, haverá uma melhor qualidade no ensino. É preciso também que haja
melhoria nos cursos de formação dos docentes, remuneração adequada, capacitação
continuada, etc. Dá trabalho, é verdade, mas o investimento na qualidade da
educação é a única forma capaz de reverter esse quadro educacional brasileiro.
Considerações finais
A grande contribuição do PIBID para formação docente se traduz em
crescimento tanto para os bolsistas quanto para os professores da escola
Básica. As atividades desenvolvidas, as leituras realizadas no projeto e na
Universidade, o estudo etnográfico e a pesquisa-ação, as relações estabelecidas entre os
profissionais da escola, bolsistas, supervisoras, coordenadora e outros
docentes da Universidade, são experiências que contribuem para um processo de
aprendizagem reflexivo, que tem como propósito a construção do saber e da busca
por formar bons cidadãos em uma sociedade tão complexa em suas relações
educacionais.
Esperamos como bolsistas de iniciação a docência, estarmos cumprindo o
nosso papel de aprendizagem e que futuramente possamos colocar em prática e
exercer com excelência nosso trabalho como educadores do futuro.
Referências Bibliográficas
BEUREN,
Ilse Maria. Redes sociais na produção científica
dos programas de pós-graduação de ciências contábeis do Brasil. RAC,
Curitiba, v. 15, n. 1, jan./fev. 2011
BORGES,
Cecília Maria Ferreira. O professor da Educação Básica e seus
saberes profissionais. 1ª ed. Araraquara-SP, JM Editora, 2004
DELCIN, Rosemeire Carvalho do Amaral. A metamorfose da sala de aula
para o ciberespaço. In: ASSMANN, H.(org.). Redes digitais e metamorfose do
aprender. Petrópolis: Vozes, 2005.
LIBÂNEO, José Carlos; PIMENTA, Selma Garrido. Formação de profissionais da educação:
visão crítica e perspectiva de mudança. Educação e sociedade, Campinas, v.
20, n. 68, p. 239-277, dez. 1999.
LUDKE,
Menga e ANDRÉ, Marli Elisa Dalmazo. Pesquisa
em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, Editora Pedagógica e
Universitária, 1986.
PAPERT,
Seymour. A máquina das crianças:
Repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artmed Editora, 1993
PIMENTA,
Selma Garrido. Formação de professores.
Saberes da docência e identidade do professor. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, jul/dez
1996
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