quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O que pensam os professores sobre o PIBID e os Estágios Supervisionados: Um estudo de caso

Linha Temática: Pibid: Desafios e Perspectivas


O que pensam os professores sobre o PIBID e os Estágios Supervisionados:
Um estudo de caso



Liliane Oliveira Almeida
Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Marina Santos Andrade
Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental

ProfªDrªEnnia Débora Passos Braga Pires
Coordenadora do Subprojeto Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental



Introdução

O presente trabalho propõe um exercício de reflexão sobre a concepção da escola, em específico, dos docentes em relação ao PIBID (Programa Institucional de Bolsistas de Iniciação a Docência) e aos Estágios Supervisionados oferecidos pela Universidade, analisando a formação docente e suas ações no tocante a pertinência entre o que se fala e o que se faz na atuação dos discentes na escola de Educação Básica.
No processo formativo, o professor se depara com diversos desafios, dentre os quais, o primeiro contato com os alunos, sua postura enquanto docente e seu método de trabalho. No entanto, quando se fala do Programa, pode se pensar que se trata de um estágio e, na verdade, é mais que isso: é uma ótima oportunidade para o futuro docente ainda em formação, possa enriquecer a sua vida enquanto futuro profissional da educação através das experiências vividas em sala de aula, na escola e nas vivências no grupo de estudo do Subprojeto.
No decorrer do ano letivo, as escolas recebem muitos universitários que se inserem em seu interior para desenvolver diversas atividades: de pesquisas, aulas práticas, estágios, atividades de extensão, dentre outras. De acordo com a proposta de cada atividade, a imersão dos universitáriosna escola ocorre de forma diferenciada quando ao período, ao envolvimento e à integração com a comunidade escolar. Contudo, alguns profissionais da escola manifestavam confusão ao se referirem aos estudantes revelando não ter a clareza da natureza das atividades que iriam desenvolver na escola, principalmente, em relação aos bolsistas do PIBID e os alunos estagiários.
Diante desta constatação, surgiu a necessidade de investigar o que pensam os professores sobre a atuação dos bolsistas do PIBID e dos estagiários.Os achados do estudo podem esclarecer se ainda há falta de esclarecimento quanto à proposta dessas atividades na escola de Educação Básica.


Metodologia

As reflexões apresentadas neste trabalho tiveram como subsídios as vivências enquanto bolsistas de iniciação à docência, na Escola Ediraní Pacífico Góes, no decorrer do ano de 2014.
É um trabalho de natureza qualitativa, tendo como instrumentos de coleta de dados a observação e a conversas informais. Os participantes de estudo foram os professores da Escola Ediraní Pacífico Góes e os bolsistas do Subprojeto de Pedagogia linha de ação Anos Iniciais do Ensino Fundamental.


Resultados e Discussão

Através das conversas informais podemos perceber que os docentes veem o PIBID como um programa que oportuniza o discente atuar na Educação Básica mais cedo, onde o aluno tem o compromisso de estar ali toda semana, tendo uma interação maior com as crianças, com os docentes e com a equipe gestora da escola.  Ao contrário dos estagiários que, segundo os professores, vão “apenas” para cumprir carga horária da disciplina, alguns dos quais, não têm um envolvimento com a escola, nem com a própria turma com a qual irá trabalhar, e aplicam, muitas vezes, conteúdos soltos, desarticulados do trabalho do professor regente. Essa é a questão crucial quando os professores apontam a diferença entre o PIBID e os Estágios Supervisionados.
As conversas com as professores também revelaram que elas se sentem privilegiadas com a atuação das bolsistas, apontaram o desempenho satisfatório de cada uma, a força de vontade de estar contribuindo com a escola e, também, o empenho no desenvolvimento das atividades planejadas nas reuniões de estudo do subprojeto.
Através das observações, percebemos que os professores da Educação Básica e gestores interagem mais com os bolsistas de iniciação à docência do que com os estagiários. Quanto a estes últimos, as observações nos permitem revelar certo distanciamento com a escola e seus atores. Não cabe neste estudo analisar os motivos que geram esse distanciamento. Contudo, esta constatação sinaliza a necessidade de se repensar o “formato” dos Estágios Supervisionados nos cursos de Licenciaturas.
Na perspectiva do grupo dos bolsistas de iniciação à docência que atuam na escola participante do estudo, o Programa é uma ponte que permite a realização de pesquisas e a busca de soluções para os desafios presentes na educação, enquanto os Estágios Supervisionados são considerados apenas um complemento no Curso de Pedagogia, algo obrigatório. 
O PIBID tem possibilitado a criação grupos de estudos juntamente com a coordenação e supervisão do subprojeto, momentos nos quais são discutidos e socializados estudos e reflexões pedagógicas que têm subsidiado a atuação dos bolsistas na escola, além de fomentar o desempenho acadêmico satisfatório nas diversas disciplinas do Curso de Pedagogia, permitindo o livre tráfego entre a teoria e a prática vivenciada na escola, tornando o conhecimento dos saberes da docência muito mais significativo.A esse respeito, afirma Freire (199, p.29) adverte:

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses quefazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino contínuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago, e me indago.

A docência é construída a partir dos saberes e vivências refletidas que engendram uma “personalidade” docente, podendo ter o seu início entendido como um continuum, do qual faz parte a experiência acumulada durante a passagem pela escola enquanto estudante, a formação profissional específica – que tem sido denominada formação inicial -, a iniciação na carreira e a formação contínua (LIMA, 2004). Esta autora apresenta uma caracterização relativa à fase inicial da docência, como:

Basicamente, pela passagem de estudante a professor, iniciada já durante o processo de formação inicial, por meio da realização de atividades de estágio e prática de ensino. Entretanto, neste caso, o contato dos estudantes com o campo profissional é exógeno, ou seja, eles ainda não são efetivamente profissionais. Assim, as características do início da docência aí se manifestam com algumas especificidades (LIMA, 2004, p. 01).

Um educador, que se preocupa com que a sua prática educacional esteja voltada para a transformação, não poderá agir inconsciente e irrefletidamente. Cada passo de sua ação deverá estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente está encaminhando os resultados de sua ação.

Considerações Finais

O PIBID contribui no desenvolvimento de atividades, na relação teoria e prática, na aproximação universidade/educação básica, ratificando como o profissional deve ser comprometido a ponto de criar caminhos para exercer seu trabalho com qualidade. Proporciona também a criação de grupos de estudos juntamente com a coordenação e supervisão do subprojeto. Momentos nos quais são discutidos e socializados estudos e reflexões pedagógicas que têm facilitado a nossa atuação na escola além do bom desempenho acadêmico nas diversas disciplinas do Curso de Pedagogia.
Ademais, salientamos que os professores participantes do estudo evidenciaram os ganhos advindos das ações dos bolsistas do PIBID no desenvolvimento do trabalho pedagógico na escola, apontando, também, diferenças em relação à proposta e aos resultados do Programa em relação aos Estágios Supervisionados realizados por alunos das licenciaturas da Universidade.


Referências
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar eLetrar: um diálogo entre teoria e prática.8 ed. Petrópolis, RJ; Vozes, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 35 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

LIMA, Emília F. de. A construção do início da docência: reflexões a partir de pesquisas brasileiras. Revista do Centro de Educação, Universidade Federal de Santa Maria, v. 29, n. 2, 2004. (mimeo).

Jogos e brincadeiras no recreio dirigido – uma experiência no PIBID

Linha Temática: PIBID: desafios e perspectivas



Jogos e brincadeiras no recreio dirigido – uma experiência no PIBID

Tamiles Pereira da Silva¹
¹Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto dePedagogia - Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Alana Rocha Bittencourt²
²Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto de Pedagogia - Anos Iniciais do Ensino Fundamental
ProfªDrªEnnia Débora Passos Braga Pires³
³Coordenadora do Subprojeto de Pedagogia - Anos Iniciais do Ensino Fundamental


Introdução

            O presente trabalho discute estratégias de intervenção dos bolsistas de iniciação à docência para tornar o recreio mais dinâmico e amenizar a indisciplina dos alunos do Centro Educacional Ismael Cruz Lima, escola da rede pública municipal de Itapetinga-BA. A intervenção no recreio teve o objetivo de torná-lo um momento de interação, diversão, descontração e aprendizado, minimizando assim, conflitos e brincadeiras indesejadas que muitas vezes causam discussões e acidentes. Para tanto, buscou-se verificar quais as brincadeiras utilizadas pelos alunos em seus momentos de lazer, conhecer e analisar o espaço onde é realizado o recreio e como são organizadas as brincadeiras durante esse tempo.
            O trabalho de Scott (2009) foi inspirador para a realização deste estudo no sentido de oferecer pistas para ampliar o escopo investigativo, expandindo, assim, a gama de aspectos a serem observados e analisados. Em seu estudo, a autora aponta quatro aspectos a serem analisados sobre a realização do recreio, a saber: o tempo, o espaço físico, a organização do espaço e pessoas que interagem nesse espaço-tempo.

É necessário analisar o tempo do recreio; o espaço no qual é realizado;analisar se é possível e viável que todas as turmas, independente da faixa etária, interajam no mesmo horário. Enfim, estes, dentre outros aspectos, foram observados no intento de oferecer informações necessárias para subsidiar as escolhas na intervenção dos bolsistas do PIBID no recreio.


Metodologia

O trabalho foi realizado no Centro Educacional Ismael Cruz Lima, localizado no município de Itapetinga - BA, uma das escolas onde se desenvolve o Subprojeto de Pedagogia – Séries Iniciais do Ensino Fundamental, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência(PIBID), coordenado pela professora DrªEnnia Débora Passos Braga Pires, tendo como objetivo inserir os acadêmicos de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) - campus Itapetinga no cotidiano de escolas da rede pública, possibilitando a integração entre a Educação Superior e a Educação Básica.
Como instrumento de coleta de dados optou-se pela observação da dinâmica do recreio tendo como foco os aspectos já mencionados: o tempo, o espaço físico, a organização do espaço e pessoas que interagem nesse espaço-tempo.
As observações foram realizadas no período de Abril à Outubro de 2014 e os elementos avisados apontavam necessidade de se trabalhar atividades dirigidas no momento do recreio e, ao mesmo tempo, orientaram as escolhas das estratégias de intervenção dos bolsistas do PIBID na escola.
O dia em que foi comemorado do “Dia da Criança” na escola foi escolhido para a realização da intervenção pedagógica no recreio. Durante o recreio dirigido, foram realizadas algumas brincadeiras com os alunos, em que todos puderam participar, independentemente da sua faixa etária, com a supervisão dos bolsistas. Como a escola possui dez turmas, do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental, o tempo foi dividido para cada duas turmas, foram cinquenta minutos para cada, em todos os jogos, em que poderiam escolher a brincadeira ou jogo que gostariam de participar.
Dentre as brincadeiras e jogos disponibilizados estavam: o futebol, pula corda, dominó, dominó de inglês, “Resta 1” e o jogo “Quem sou eu?”.            

Resultados e Discussão


As observações do recreio revelaram que a duração do mesmo é de 20 minutos, tempo suficiente para realização de brincadeiras e jogos que façam com que interajam entre si e estimule o respeito mútuo. O espaço físico da escola onde acontece o recreio é calçado com paralelepípedos, a céu aberto e é arborizado, é vazio, não tem parque, o que deixa os alunos sem opção de brincadeiras, já que os brinquedos são mantidos guardados, só são liberados a partir de alguma atividade proposta pelo professor. O recreio não é organizado por faixa etária, possibilitando um contato com os alunos das outras turmas, sendo assim, é possível escolher com quem brincar.
A partir de todas as observações feitas, constatou-se que as brincadeiras eram sempre corre, pega-pega e futebol. Na maioria das vezes, essas brincadeiras resultavam em empurrões, agressões verbais e geravam confusão entre os alunos.Na ausência de brinquedos, brincadeiras e jogos e mesmo de uma orientação adulto/criança, restavam apenas brincadeiras de correr, empurrar o colega, brincar de luta, resultando sempre em agressões verbais ou físicas.No momento do recreio, na escola estudada, não é desenvolvida qualquer atividade lúdica com os alunos.
Além de possibilitar diversão, prazer e o desenvolvimento afetivo-social, as atividades lúdicas possibilitam, também, o desenvolvimento de vários aspectos cognitivos e motores.  Como diz Ferreira, (2000, p. 115), “as atividades lúdicas, pelas suas próprias características, podem possibilitar o convívio com as mais diversas habilidades. Elas poderão atender tanto as crianças que tem pendores para a arte, como aquelas que têm muita destreza física”.
            Quando a criança participa do jogo, ela tem o objetivo de obter sucesso, os jogos e as brincadeiras são veículos capazes de proporcionar essa sensação nas crianças, além de levar uma mensagem educacional de regras e objetivos a serem atingidos. Com a variedade de jogos propostos é possível atender cada aluno de acordo à sua afinidade, quem gosta de arte, vai fazer arte, quem prefere jogos, vai jogar, e assim, sucessivamente.
Mesmo sendo desenvolvido em um espaço despido de artefatos e atividades lúdicas direcionadas, orecreio é o momento mais esperado pelos alunos durante as aulas, pois têm a oportunidade de estarem livres para escolher o que fazer. Diante destas constatações, os bolsistas do PIBID concluíram que o recreiose configurava como um momento que carecia de uma intervenção pedagógica e que poderia ser trabalhado para que fosse um espaço/tempo de diversão, interação, descontração e também de aprendizagem. Minimizar a ocorrência de atitudes agressivas comuns no decorrer do recreio.
            Os bolsistas do PIBID elaboraram um plano de intervenção com jogos variados, que possibilitassem aos alunos a escolha de qual participar, e diminuíssem as brincadeiras que geravam atritos entre eles, ao mesmo tempo, proporcionando momentos de diversão, prazer e aprendizado. Para a realização do recreio dirigido, optou-se pelo dia em que foi comemorado o “Dia das Crianças” na escola por ser uma data comemorativa em que, geralmente, as escolas realizam atividades diversificadas. Durante o planejamento, foram selecionadas brincadeiras e jogos variados que seriam propostos aos alunos. O propósito era possibilitar às crianças a vivência de atividades lúdicas, momentos de descontração quando poderiam brincar e se divertirem,obedecendo as regras dos jogos, com atividades diferenciadas que estimulassem uma convivência harmoniosa.
            Os bolsistas analisaram os jogos e brinquedos já existentes na escola e fizeram a seleção de alguns, dentre os quais: a bola, a corda e jogos de competição. Dessa forma O futebol é uma atividade que eles gostam e praticam constantemente, o pula corda porque é uma brincadeira que as meninas se identificam, o resta 1, o dominó, o dominó inglês e o “Quem sou eu?”, foram escolhidos com o objetivo de estimular o raciocínio lógico dos alunos.
No desenvolvimento das atividades as turmas foram divididas em duas em duas, enquanto as duas turmas brincavam, as outras permaneciam em sala de aula com atividades normais, 9 bolsistas estavam responsáveis pela recreação e os professores não participaram. Os alunos escolheram que jogo queriam jogar, e participaram até o final, visto que eram atividades que eles gostavam, tornando a realização das atividades pacífica e organizada.
Foi perceptível que durante as atividades desenvolvidas, as atitudes violentas minimizaram, pois os alunos estavam atentos e concentrados nos objetivos e regras que os jogos propunham. Já que o espaço que a escola possui, é amplo, os alunos puderam participar sem causar tumultos ou confusões. Eles gostaram muito do recreio dirigido, apesar de ter sido somente um dia, e inclusive faziam comentários sobre como seria bom se tivessem mais momentos como aqueles. Desta forma, é notório o quanto simples brincadeiras e jogos podem estimular os alunos a respeitarem, obedecerem regras e interagirem com outras crianças.

Considerações

            O presente trabalho, que é um recorte das ações desenvolvidas pelos bolsistas do PIBID do subprojeto de Pedagogia – Séries iniciais do Ensino Fundamental, em uma das escolas parceiras é um exemplo de como a aproximação entre a Educação Superior e Educação Básica pode somar esforços para uma melhor qualidade do ensino público como também dando novos contornos para a formação dos futuros docente.
Conscientes das limitações da experiência, por ter sido desenvolvida em um único dia, os bolsistas acreditam que lançaram uma semente que pode vir a frutificar. A experiência foi proveitosa e expressiva e pode contribuir para o repensar da prática até então desenvolvida na escola, dando um outro sentido ao espaço/tempo do recreio na escola. Através da intervenção no recreio dirigido pode-se constatar que houve melhoria nas relações entre os alunos, respeito, afetividade, bem como o desenvolvimento cognitivo, raciocínio lógico, socialização e a curiosidade.
Ademais, a equipe de bolsistas e os profissionais da escola consideraram a intervenção através do recreio dirigido exitosa sendo uma possibilidade viável para a realização de intervalo saudável, divertido, pacífico e agradável.

Referências

FERREIRA, Oliveira e Inácio. Narrativas Docentes. Uma experiência que tem ressignificado. Campinas: Mercado de Letras, 2007.


SCOTT, Telma. Recreio brincar do que quiser ou do que for possível? Disponível em: http://www.sidarta.g12.br/i-ta-brincar.aspx acesso em 12 de novembro 2014.

Pensamento pedagógico e ação docente

Linha Temática: PIBID: desafios e perspectivas


Pensamento pedagógico e ação docente

Eliane Pereira dos Santos Lima
Professora Supervisora do Subprojeto Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
lanesantos2008@hotmail.com

Moana Ferreira Santos
Professora Supervisora do Subprojeto Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
 moana.santos@hotmail.com

Profª Drª Ennia Débora Passos Braga Pire
Coordenadora do Subprojeto Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
                 
Resumo

Entendemos que a organização social é uma condição indispensável ao homem. Este, para preservar-se como indivíduo ou como espécie, supostamente tem que dominar o mundo. Existe então uma unidade dialética entre o homem e a natureza cujo conteúdo concreto é o trabalho, ou, em outras palavras, a produção. Nesta tarefa produtiva, o homem é agente e produto da própria ação. Nessa perspectiva, a organização escolar é uma das formas de educar criada e mantida pela sociedade. É a educação institucionaliza, assim sendo um elemento da estrutura social. Para que possa ser compreendida, é necessário que se tenha desde o início uma noção da estrutura social da qual faz parte. O propósito do nosso estudo, num primeiro momento, foi buscar elucidar os elementos da estrutura social que influenciaram os conceitos educacionais no nosso país. Portanto, para compreender a evolução do pensamento pedagógico brasileiro e a formação de valores da sociedade, é imprescindível remontar-se a história da educação brasileira, da formação de professores, enfim, do contexto histórico. Sobre isso, Freire (1967, p. 47), em “Educação como pratica de liberdade”, afirma que: “o contexto é o processo de desenvolvimento econômico e o movimento de superação da cultura colonial”. Isso permitirá entender os papeis desempenhados especificamente pela educação formal no transcorrer de sua história, o processo ensino-aprendizagem, assim como os valores que sempre estiveram subjacentes, que explicam em grande parte o rumo tomado e conceitos existentes no tempo presente. Neste estudo buscaremos também a compreensão dos problemas educacionais que o Brasil enfrenta até hoje e que exigem grande empenho para serem superados. Buscaremos levantar questões e pistas sobre como as noções de educação foram e são construídas no Brasil, o que essas ideias sustentam, como estão relacionadas às condições sociais que afetam a formação dos professores e dos estudantes, assim como o papel que as organizações podem desempenhar na formação de um discurso e na manutenção da estabilidade política.  


REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Educação como prática liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.


Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência: Indisciplina em sala de aula

Linha Temática: PIBID-Desafios e Perspectivas.


Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência: Indisciplina em sala de aula

Elisangela Alves de Almeida 1
Bolsista de Iniciação a Docência do Subprojeto-Pedagogia
Débly Gusmão dos Santos Pereira 2
Bolsista de Iniciação a Docência do Subprojeto- Pedagogia
 Profa. Dra.Ennia Débora Passos Braga Pires3
Coordenador do Subprojeto- Pedagogia


Introdução

Este trabalho visa uma compreensão em relação à indisciplina dos alunos em sala de aula. Levanta alguns pressupostos da indisciplina escolar. Abordando questões como relacionamento e respeito mútuo, enfatizando o diálogo e a afetividade como métodos de alternativa de soluções diante desta problemática que a escola vem sofrendo ultimamente, buscando elucidar como as práticas educativas podem ajudar positivamente a reestruturar os laços escolares e sociais que se encontram afetados em nossa sociedade, principalmente entre, educadores e educandos.  Como forma de intervenção percebe-se que o diálogo com o aluno indisciplinar pode ser a principal ferramenta para a solução de conflitos em sala de aula, pois desperta no individuo a capacidade de ouvir e também de se posicionar, de forma respeitosa, perante um conflito. Busca uma analise sobre as causas da indisciplina na escola e as formas de como os profissionais em educação vem enfrentamento esta situação, que em alguns casos leva o docente a abandonar sua profissão por falta de formação e capacitação sobre o problema, assim como as formas de intervenção, que podem ocorrer de maneira eficiente.
Diante do exposto, esta pesquisa teve como mola propulsora a observação das situações vivenciadas nas turmas do Ensino Fundamental na escola Ediraní Pacífico Góes durante o ano de 2014, na condição de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) no município de Itapetinga – Bahia.
O PIBID não busca apenas melhorar a formação docente, mas também contribuir para o ensino aprendizagem dos alunos das escolas contempladas com o projeto que envolve trocas de experiências, proposição de soluções, estratégias de aprender, ensinar e desenvolvimento de habilidades.
Nossos encontros do PIBID promoveram diálogos, que oportunizaram a apreensão dos saberes da profissão nas diferentes ações das práticas e das aprendizagens da docência, favorecendo a coerência entre a formação dos professores e as finalidades da política da educação básica. Em um desses encontros e discussões semanais, foram unânimes os relatos em relação à indisciplina dos alunos em sala de aula, o que nos estimulou a fazer uma pesquisa relacionada a essa temática.

Metodologia

Esta pesquisa é de cunho qualitativo e tem por objetivo realizar uma discussão sobre á indisciplina em sala de aula.                                                                          
Quanto ao procedimento de coleta de dados, este texto se caracteriza por uma pesquisa campo  com observação direta , por ser baseadas nas observações e no decorrer das atividades realizadas em sala de aula.
Nesse contexto, foram citados autores como Aquino (1996), Irineu (1996), Guimarães (2014), Oliveira (2005), Rabelo (2001), Vasconcellos (2001) e Veiga (2002).

           O trabalho foi fundamentando nas ações desenvolvidas do PIBID na escola Ediraní Pacífico Góes objetivando analisar a indisciplina na sala de aula. Diante as ações do PIBID no âmbito  educacional na referida escola foi possível perceber que a indisciplina é uma das grandes dificuldades pelas quais os professores vêm enfrentando para efetivação do processo de ensino e aprendizagem em nossa atualidade.   O PIBID não tem por objetivo primordial apenas  a formação do professor busca também auxiliar os futuros docentes na superação da dicotomia entre a teoria e prática, proporcionando-os uma inserção no ambiente escolar permitindo o conhecimento de sua realidade, dos problemas e desafios enfrentados pela equipe da escola além de contribuir positivamente para o ensino aprendizagem nas escolas onde desenvolve suas ações.
Em síntese, no desenvolvimento do projeto de intervenção do PIBID no âmbito escolar, observamos que os alunos nas atividades se mostraram participativos, pois descobriram a importância do trabalho em equipe e que em diversas situações da nossa vida precisamos do outro, mas a questão da indisciplina nos chamou a atenção, pois  ao desenvolver o projeto na escola notamos que as turmas são consideradas indisciplinadas.
Diante desse contexto fica a compreensão que a função do docente bem como sua atuação deve ser coesiva com o ritmo de seus discentes. Não consiste apenas a aplicação de conteúdos, mas sim procurar estabelecer um ambiente em que haja harmonia entre ambos  podendo ajudá-los.  O professor precisa refletir sobre sua prática, rever os motivos pelos quais não conseguem captar a atenção de seu alunado é necessário buscar através da didática caminhos que possam aperfeiçoar às relações inter-pessoais em sala de aula de forma consensual.  
 Contudo, o trabalho busca contribuir com a formação docente onde o mesmo promove uma reflexão sobre a questão da indisciplina na sala de aula servindo de informação principalmente para os docentes, para que possam perceber que podemos sim amenizar a indisciplina em sala.
Resultados e Discussão

Alguns estudos demonstram que o tema indisciplina na sala de aula, apresenta-se como grande obstáculo que as unidades de ensino vêm enfrentando no momento atual, provocando grande angústia nos docentes que não sabem mais como aperfeiçoar o comportamento de seu alunado. Contudo, para amenizar o problema, torna-se necessário compreender o que está acontecendo com os alunos que agem com indisciplina hoje na escola.
 As condutas anti-sociais estão comprometendo o rendimento dos alunos na sala de aula  e o que é mais importante, está afetando também a sua formação pessoal e de cidadão. Ao analisar os índices e as possíveis causas das situações de indisciplina que  decorrem  no interior da escola, percebemos que esta  indisciplina é resultante de vários fatores e influências que recaem sobre o aluno, ao longo de seu desenvolvimento na família e no meio social. Assim, a indisciplina dos educandos não pode ser vista alheiamente à escola e a família, que são instituições responsáveis pela educação e sua formação.
O contexto social do aluno precisa ser conhecido pelo professor, não só para julgamento de suas dificuldades ou comportamentos indesejáveis, mas também como forma para se trabalhar conteúdos que sirvam de experiências para estes, auxiliando na construção de seu próprio conhecimento e desenvolvimento humano.
De acordo com Aquino (1996) para melhorar a indisciplina, é indispensável rever os vínculos da relação professor e aluno, sobretudo a forma que um se posiciona diante o outro, relações de respeito, afeto, compromisso social.
 As instituições educacionais, representadas pelo seu corpo docente, precisam estar preparadas para proporcionar uma educação de qualidade que permita aos seus educandos o desenvolvimento de competências e habilidades essenciais na sua formação para exercício da cidadania. Demanda também da escola, uma prática educacional justa que perceba os alunos conforme seus limites e ritmos respeitando as diferenças individuais de cada um.
Nesse sentido, Rabelo (2001), adverte que precisamos fazer com que nossa prática educacional esteja conscientemente preocupada com a promoção da transformação social e não com a sua manutenção inconsciente e não refletida. Para isso, precisamos ter clareza sobre nossas ações e que estas reflitam decisões cada vez mais explícitas sobre o nosso fazer pedagógico. Nossos educadores precisam refletir sobre sua prática, tendo consciência que precisamos possibilitar a formação do individuo.
 A indisciplina dos discentes atrapalha o desenvolvimento das aulas do professor e consequentemente da escola como um todo. O problema disciplinar é comumente a repercussão dos conflitos do meio social no qual o individuo está inserido.  As pessoas que convivem com o aluno, geralmente a família, influenciam bastante no seu comportamento, pois se espelham nela, tal  influência reflete-se em muito dos atos praticados por eles.
Neste sentido, Oliveira (2005), defende que os motivos da indisciplina podem ser intrínsecos e/ ou extrínsecos a sala de aula uma vez que a indisciplina representa um transtorno não só para os professores, coordenadores pedagógicos, supervisores, diretores, mas, também para os responsáveis desses alunos.
Na visão de alguns professores a indisciplina é compreendida como o não cumprimento de regras, limites e normas instituídas para um bom convívio na escola.  Alguns professores desmitificam que alguns comportamentos inadequados dos alunos são características próprias, chegando até a rotular ou até mesmo ter antipatia com a criança. Evidentemente é preciso cuidado para a prática de rotular as pessoas, na maioria das vezes propagadas por professores no âmbito escolar. Cabe ao professor à postura e posicionamento que consistem em:

 [...] em vez de julgar e criticar procura clarificar os pensamentos que aluno exprime. A sua principal preocupação não é a de que as suas ideias e valores sejam seguidos pelos alunos, mas antes a de ajudá-los a descobrir uma forma de sentir, pensar e agir que, efetivamente, seja significativa para eles. (VEIGA, 2002, p. 42).

O professor precisa buscar conhecer o contexto social de seu aluno até mesmo para  compreender suas dificuldades ou comportamentos indesejáveis, buscando assim abordar conteúdos que sejam vivenciados pelos mesmos fazendo-os notarem que suas experiências  poderão auxiliá-los  na construção de seu próprio conhecimento.
Podemos concluir diante do exposto que todos os envolvidos com a educação precisam rever seus conceitos educacionais, os professores necessitam buscar métodos para controlar a indisciplina dos alunos em sala de aula, pois a indisciplina é uma questão que requer uma analise para compreendermos se de fato o aluno que apresenta um comportamento inadequado em aula não vem a ser diretamente uma indisciplina, pois poderá realmente está expressando os seus sentimentos.
Para o docente manter a ordem e a disciplina na escola é de suma importância, não apenas para organizar o ambiente escolar, mas também, conduzi nossas crianças para a construção do conhecimento, da liberdade e principalmente da autonomia de maneira a formamos cidadãos críticos, reflexivos e preocupados com o futuro de nosso país.

Considerações

A partir da analise a cerca da indisciplina em sala de aula, entendemos que é necessário além de refletirmos, aprofundar nossos conhecimentos das causas da indisciplina e violência, e, sobretudo procurar saber as origens dos problemas daqueles que são denominados de indisciplinados. Pois o papel social da escola é o de proporcionar às pessoas a conscientização da sua posição social de sujeitos transformadores em busca de uma sociedade justa e democrática e igualitária.
Neste contexto, entende-se que seja fundamental refletir sobre a importância do problema da indisciplina, como também buscar caminhos para compreendê-lo e amenizá-lo em nossas unidades de ensino. De acordo com a temática da pesquisa e a experiência vivenciada poderemos desenvolver um projeto de intervenção, que busque na didática, elementos que minimize a indisciplina no cotidiano escolar.
Afinal, compreendemos que a disciplina na escola, não é apenas um conjunto de regras e normas para organizar o ambiente escolar, mas tem um objetivo educacional a ser atingido, que além da prática pedagógica melhora os níveis de aprendizagem do aluno.



Referências


AQUINO, J. G. (1996). Confrontos na sala de aula: uma leitura institucional da relação professor-aluno. São Paulo: Summus

IRINEU, Márcia Helena. A indisciplina no contexto escolar. Artigo.com. Minas Gerais, agosto de 2009. Disponível em: <http://www.artigonal.com/educacao-artigos/a-indisciplina-no-contexto-escolar-1100296.html> Acesso em: 12/11/14; KRASILCHIK, Miriam. Prática de Ensino de Biologia. 3ª ed. São Paulo: Harbra, 1996

GUIMARÃES, Áurea M. Escola espaço de violência e indisciplina. Disponível em:
<http://www.lite.fae.unicamp.br/revista/art02.htm>. Acesso em: 10 Out. 2014.

OLIVEIRA, Maria Izete. A indisciplina escolar: determinações, consequências e ações. Brasília: Líber Livro, 2005.

RABELO, Edmar Henrique, Avaliação: novos tempos, novas práticas. 5. Ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2001

VASCONCELLOS, Maria Lúcia M. Carvalho (Org.). Indisciplina, escola e contemporaneidade. São Paulo, Mackenzie, 2001.

VEIGA, Feliciano Henriques. Indisciplina e Violência na Escola: Práticas Comunicacionais para Professores e Pais. Coimbra: Almedina, 2002.



As principais contribuições do PIBID na formação inicial dos bolsistas nas escolas parceiras

Linha Temática: Universidade e Escola

As principais contribuições do PIBID na formação inicial dos bolsistas nas escolas parceiras

Jarbas Silva Matos[1]
  Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto de Pedagogia, Ensino Fundamental Anos Inicias
Jarbasmatos10@gmail.com

Jaqueline Ramos Nascimento[2]
Bolsista de Iniciação à Docência do– Subprojeto de Pedagogia, Ensino Fundamental Anos Inicias
Jack-jr@live.com

Ennia Débora Passos Braga Pires[3]
Coordenadora do Subprojeto de Pedagogia, Ensino Fundamental Anos Inicias
enniadebora@yahoo.com


Introdução

Falar sobre formação inicial de professores é levantar a questão de que a prática é essencial para que o aluno do curso de licenciatura se familiarize e vivencie o cotidiano escolar. Ter a oportunidade de vivenciar o cotidiano escolar é de suma importância para que o futuro educador tenha sua identidade formada no decorrer do curso de graduação. Para Pimenta (1996) uma boa identidade profissional se constrói a partir da significação da profissão, ou seja, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID tem um papel de socializar as vivências escolares fazendo com que os bolsistas construam e resignifíquem através das suas experiências vividas na sala de aula a sua identidade de professor.
Através de momentos vivenciados, na condição de bolsistas do PIBID, no Centro Educacional Ismael Cruz Lima, escola da rede pública municipal que tem parceira com a universidade local, temos a oportunidade de aprender que teoria e prática não se desvinculam uma da outra, ao contrário, se completam, evidenciando a importância de ambas no processo formativo.

Metodologia

Este trabalho teve por objetivo realizar uma discussão sobre as contribuições do PIBID para a integração da universidade e a escola, essa participação entre a universidade e a escola, salienta diferencial que o Programa proporciona aos futuros educadores. Para realização do trabalho utilizamo-nos da metodologia qualitativa, pois como afirmam Lüdke e André (1986), esse tipo de pesquisa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada. O estudo também pode ser considerado explicativo por ser uma tentativa de registrar e explicar as contribuições advindas da parceria universidade e escola de Educação básica proporcionadas pelo PIBID.
Segundo BEUREN(2009), as investigações explicativas tende a ser mais complexa, pois, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados, procura identificar seus fatores determinantes. A pesquisa explicativa tem por objetivo aprofundar o conhecimento da realidade, procurando a razão, o porquê das coisas e por esse motivo está mais sujeita a erros
Partindo desse pressuposto, este texto vem buscar explicar a importância que o PIBID tem em relação ao desenvolvimento do discente durante o curso de licenciatura.
O trabalho é fruto de uma breve revisão bibliográfica como subsídios para reflexão sobre as vivências oportunizadas pelo PIBID, no Centro Educacional Ismael Cruz Lima no decorrer do ano letivo de 2014

Resultados e discussões

          Acreditamos que nossa participação no Programa nos possibilita uma formação que supera a reprodução dos conteúdos, valorizando a construção, produção e a inovação do ser docente. Por isso salientamos o papel enriquecedor da iniciação a docência o mais cedo possível para que se tenham professores mais preparados para enfrentar a realidade das salas de aula. Corroborando com a idéia Pimenta e Libâneo (1999, p.267), enfatizam:

[...] Atualmente em boa parte dos cursos de licenciatura, a aproximação do futuro professor à realidade escolar acontece após ele ter passado pela formação “teórica”, tanto na disciplina específica como nas disciplinas pedagógicas. O caminho deve ser outro. Desde o ingresso dos alunos no curso é preciso integrar os conteúdos das disciplinas em situações da prática que coloquem problemas aos futuros professores e lhes possibilitem enfrentar soluções. Isso significa ter a prática ao longo do curso, como referente direito para contrastar seus estudos e formar seus próprios conhecimentos e convicções a respeito. Ou seja, os alunos precisam conhecer o mais cedo possível os sujeitos e situações que irão trabalhar. [...]

Diante do exposto, é inegável a relevância do PIBID, é de grande importância para a vida acadêmica e a prática docente dos licenciandos que fazem parte deste Programa, pois lhes oferece a condição de vivenciarem a realidade escolar, desde os primeiros semestres do curso. A iniciação na docência é uma fase de aprendizagens intensas, novos conhecimentos proporcionando ao discente, vivências na prática dos desafios de uma sala de aula e a possibilidade de criar novas práticas docentes construindo uma identidade profissional.
Poder entender como a prática tem sido de relevante importância para nós bolsistas, sem dúvida, só vem a acrescentar na nossa formação. Sem deixar de citar o quanto a escola parceira tem se enriquecido com a nossa contribuição, a partir do momento em temos o contato com o ambiente escolar e iniciamos a pesquisa que nos permite fazer um breve levantamento sobre os pontos importantes que nos permita fazer uma boa intervenção nas salas de aula, de maneira que possamos levar a nossa contribuição para uma melhoria na formação dos alunos.
É importante falar sobre as intervenções que realizamos semanalmente na escola parceira, pois são estes encontros motivadores que servem como base para a nossa reflexão e aquisição de novas aprendizagens. Os momentos que temos vivenciado na escola têm sido únicos e de grande aprendizagem. Sob a orientação da nossa supervisora é possível fazer planejamento coerente abordando os conteúdos de forma inovadora como: brincadeiras, jogos, atividades recreativas, ludicidade, artes, etc. Ter a oportunidade de usarmos a nossa criatividade na escola tem sido uma experiência enriquecedora para nós futuros professores.
A criatividade é primordial na prática docente. Papert(1993), ao discutir a questão da informática na educação, salienta que um professor que tenha os meios físicos para incentivar as crianças, mas sendo ele um professor sem criatividade, de pouco lhe valem esses meios. Através dos momentos na escola que nós colocamos em prática as nossas habilidades, de modo que percebemos e salientamos a necessidade do professor estar sempre preparado e disposto a levar o novo para as salas de aula.
Muitas atividades estão sendo realizadas na escola com os mais variados temas, que são previamente discutidos nas nossas reuniões semanais, contando sempre com a presença da coordenadora do nosso subprojeto e também com as supervisoras que participam do projeto PIBID na escola.
Cabe ainda ressaltar que o contato com a realidade da escola é especialmente enriquecedor no processo formativo do futuro docente, como assinala Borges (2004, p. 203):
  O contato com alunos, professores, com os demais agente escolares, enfim a vida profissional, propriamente dita, proporciona muitas aprendizagens, entre elas a aquisição de saberes sobre como agir em diversas situações, trabalhar determinados conteúdos, explorar o livro didático, abordar um conteúdo, extrair do programa os conteúdos relativos à aprendizagem dos alunos, etc.
O futuro professor irá conseguir desempenhar sua função com muito mais sucesso, se tiver o contato ainda na sua formação com a realidade aonde ele vai estar inserido, não apenas através dos estágios e sim por meio de uma imersão mais prolongada, como é possibilitado pelo PIBID, que viabilize esse contato mais profundo e duradouro com a realidade escolar.
 A permanência na escola nos possibilitou perceber que alguns alunos têm dificuldades em leitura e escrita e, por esse motivo, não conseguem ter um bom desempenho nas atividades desenvolvidas em sala de aula. Seria importante criar formas em que a alfabetização pudesse se desenvolver em um contexto de letramento, com o desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes de caráter prático em relação a esse aprendizado. Considerando que a alfabetização e o letramento, devem ter tratamento metodológico diferente e, com isso, alcançar o sucesso no ensino aprendizagem da língua escrita, falada e contextualizada nas nossas escolas. Tentar levar alternativas através da leitura como: buscar notícias e lazer nos jornais, selecionando o que desperta interesse, divertindo-se com as histórias em quadrinhos, seguir receita de bolo, a lista de compras de casa, fazer comunicação através do recado, do bilhete, do telegrama, etc. O papel do educador é de criar maneiras que possam estimular cada vez mais o senso de aprendizagem do aluno, criando melhorias na educação. Para Delcin(2005, p.63), cabe a educação desenvolver a capacidade de colocar e resolver problemas, de promover o desenvolvimento da inteligência, de exercitar a curiosidade e explorar a dúvida, que possibilita repensar o pensamento, desenvolver a argumentação, a discussão, a previsão, a desenvoltura, a atenção constante e o senso de oportunidade.

Se cada educador entender que seu papel vai além dos conteúdos pré-elaborados, certamente, haverá uma melhor qualidade no ensino. É preciso também que haja melhoria nos cursos de formação dos docentes, remuneração adequada, capacitação continuada, etc. Dá trabalho, é verdade, mas o investimento na qualidade da educação é a única forma capaz de reverter esse quadro educacional brasileiro.

Considerações finais

         A grande contribuição do PIBID para formação docente se traduz em crescimento tanto para os bolsistas quanto para os professores da escola Básica. As atividades desenvolvidas, as leituras realizadas no projeto e na Universidade, o estudo etnográfico e a pesquisa-ação, as relações estabelecidas entre os profissionais da escola, bolsistas, supervisoras, coordenadora e outros docentes da Universidade, são experiências que contribuem para um processo de aprendizagem reflexivo, que tem como propósito a construção do saber e da busca por formar bons cidadãos em uma sociedade tão complexa em suas relações educacionais.
Esperamos como bolsistas de iniciação a docência, estarmos cumprindo o nosso papel de aprendizagem e que futuramente possamos colocar em prática e exercer com excelência nosso trabalho como educadores do futuro.

Referências Bibliográficas
BEUREN, Ilse Maria. Redes sociais na produção científica dos programas de pós-graduação de ciências contábeis do Brasil. RAC, Curitiba, v. 15, n. 1, jan./fev. 2011
BORGES, Cecília Maria Ferreira. O professor da Educação Básica e seus saberes profissionais. 1ª ed. Araraquara-SP, JM Editora, 2004
DELCIN, Rosemeire Carvalho do Amaral. A metamorfose da sala de aula para o ciberespaço. In: ASSMANN, H.(org.). Redes digitais e metamorfose do aprender. Petrópolis: Vozes, 2005.
LIBÂNEO, José Carlos; PIMENTA, Selma Garrido. Formação de profissionais da educação: visão crítica e perspectiva de mudança. Educação e sociedade, Campinas, v. 20, n. 68, p. 239-277, dez. 1999.
LUDKE, Menga e ANDRÉ, Marli Elisa Dalmazo. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, Editora Pedagógica e Universitária, 1986.
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: Repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artmed Editora, 1993
PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores. Saberes da docência e identidade do professor. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, jul/dez 1996