Hoje, foi a minha primeira
visita à Escola Ismael Cruz Lima, foi um momento de observação e de grande importância
para conhecimento da realidade escolar. Fiquei em uma sala de terceiro ano do
ensino fundamental, composta por vinte e seis alunos. Ao entrar na sala,
observei como eles me olhavam de forma curiosa. A professora Eleni pediu para
que eu me apresentasse e falasse para eles quais meus objetivos de estar ali. Como
eles estavam em período de provas, ajudei a professora a aplicar a atividade
avaliativa e fiquei surpresa com tanta dificuldade.
Perguntei à professora qual
a maior dificuldade deles e ela me respondeu que a maioria não sabia ler e
escrever e precisava de um reforço, que do começo do ano letivo até agora
alguns tiveram avanços, já outros, continuavam sem evolução alguma. Alguns
desses alunos apresentam um quadro de indisciplina e de desinteresse muito
grande, o tempo todo eles se entreolham e conversam paralelamente. Na turma, dos
26 alunos, apenas dez sabem ler e escrever corretamente, os outros dezesseis
são considerados, pela docente, como não alfabetizados. Pude constatar isso,
pois a maioria deles não sabia fazer o cabeçalho da prova.
Fiz alguns questionamentos a
Eleni e uma das questões mais relevantes que ela me apresentou foi a ausência
da família na escola. Segundo a professora, muitos daqueles alunos não sabiam o
que fazer na prova justamente porque não tinham estudado em casa. A docente afirmou que queria falar com os pais
de cada um que estava com dificuldade, que ela sempre solicitava a presença da família,
e eles lá não apareciam.
Os alunos que ali estudam
são moradores daquele mesmo bairro considerava como a parte periférica da
cidade, vindo de famílias de baixa renda. Notei também que dois desses alunos
apresentam um perfil agressivo e, segundo a docente, são colocados de castigo
quase todos os dias. Esses dois alunos fazem parte do grupo dos não
alfabetizados.
Enfim, minha primeira visita
à Escola Ismael Cruz foi bastante agradável, fui bem recebida por Eleni e por
seus alunos, fiquei um pouco triste de ver a dificuldade daquelas crianças.
Contudo, acredito que esse quadro possa ser mudado, sei que vai dar muito
trabalho e que é um desafio muito grande a ser enfrentado por todos nós.
Wedma Moreira de Araujo
Bolsista de Iniciação à Docência PIBIB/UESB/Pedagogia
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